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Fevereiro Laranja - Dando continuidade a Conscientização sobre a Leucemia: Leucemias Infantis

Fevereiro Laranja - Dando continuidade a Conscientização sobre a Leucemia: Leucemias Infantis
Fevereiro Laranja - Dando continuidade a Conscientização sobre a Leucemia: Leucemias Infantis

O câncer ainda é  uma das  principais causas de morte na infância e adolescência no Brasil.De acordo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) o número de casos novos de câncer infanto-juvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930 casos, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino.

A leucemia aguda é o câncer mais comum nas crianças e adolescentes,  aproximadamente 85% destas correspondem a leucemia linfoblástica aguda (LLA), e outros 15% são representados pela Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Já A leucemia mieloide crônica (LMC) é incomum em pediatria, variando de 2 a 5% e crescem de forma mais lenta.

No caso das leucemias agudas, os glóbulos brancos doentes iniciam a proliferação na medula óssea, não realizam suas funções e se multiplicam rapidamente, tomando o lugar das células saudáveis na medula óssea e no sangue, podendo se espalhar para outros órgãos, como gânglios linfáticos, baço, fígado e sistema nervoso central.

Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças nos estágios iniciais. É necessário estar atentos  apresentação destes sinais e sintomas, tais  como; palidez cutâneo-mucosa; cansaço, sangramentos anormais sem causa definida; epistaxe (sangramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais; petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele)dor óssea, articular, generalizada , febre e infecções recorrentes, que ocorrem porque o corpo não tem glóbulos brancos saudáveis suficientes para combater infecções, aumento do fígado; aumento do baço (esplenomegalia); Gânglios aumentados - Linfadenomegalia generalizada.

Na presença de um ou mais dos sinais e sintomas listados, faz-se necessária a investigação e exame físico detalhado por profissional capacitado. O exame de sangue inicial realizado para  investigação é hemograma, e podem ser observadas alterações como anemia e/ou leucopenia (números reduzido dos leucócitos) / leucocitose (número aumento dos leucócitos) e/ou plaquetopenia (número de plaquetas baixas), e inclusive células sanguíneas imaturas, chamadas blastos.

Frente a suspeita clínica os pais devem paciente devem ser encaminhados para um especialista oncologista pediátrico, em caráter de urgência, para ser submetido a exames diagnósticos, avaliação da fábrica do sangue (medula óssea) como o mielograma, imunofenotipagem, estudos de biologia molecular, cariótipo para caracterizar melhor doença e definir o prognóstico. E para avaliar o acometimento do sistema nervoso central é realizado a avaliação do líquido cefalorraquidiano.

Podem ser realizados outros exames complementares de imagem, como radiografia de tórax e ultrassonografia de abdômen.

O tratamento deve ser iniciado com o diagnóstico e o estadiamento correto. E é realizado com vários quimioterápicos (poliquimioterapia) dependendo da medicação pode ser  administrada por via oral, intravenosa, intramuscular ou intratecal, quando o remédio é injetado no líquido cefalorraquidiano e algumas vezes transplante de medula óssea (TMO).

O tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA), no geral, usa altas doses de quimioterapia num curto período de tempo, enquanto o da leucemia linfoide aguda (LLA) usa doses menores ao longo de um período de tempo mais amplo. Em alguns tipos de leucemia podem ser usadas a imunoterapia, terapia alvo, e isto tem melhorado a sobrevida destes pacientes.

Os fatores prognósticos mais relevantes no tratamento das leucemias mieloides incluem alterações genéticas, que podem ser identificadas através de exames específicos de citogenética e biologia molecular, e estadiar em baixo, intermediário e alto risco; e resposta inicial ao tratamento da leucemia.

Os pacientes com leucemia linfóide aguda, que se encontram nos grupos de bom prognóstico, têm alta taxa de cura. Os avanços nos esquemas do tratamento quimioterápico e nas medidas de suporte aumentaram a sobrevida das crianças e adolescentes com leucemia aguda. Entretanto, de 20 a 30% dos pacientes apresentam recaída da doença. Nesses pacientes de risco muito alto, bem como em muitos pacientes com recidiva, o transplante alogênico de células tronco hematopoéticas (TCTH) continua a desempenhar um importante papel curativo por meio de a combinação de radioterapia preparativa intensa / quimioterapia e efeito do enxerto contra leucemia.

O diagnóstico precoce é importante e impacta no sucesso do tratamento do câncer infantojuvenil. Atualmente, cerca de  85-90% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados se forem diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados pediátricos com protocolos adequados.

 

Texto elaborado pela Dra. Carmen Laura Sejas Soliz, Médica Oncopediatra da Equipe de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (TMO) da BIO SANA’S e Rede DASA

 

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