Fevereiro Laranja – Importância do nutricionista no tratamento dos pacientes com Leucemia
Dando continuidade sobre a campanha “Fevereiro Laranja”, dedicada à conscientização das leucemias destacamos a atuação do nutricionista junto à equipe multidisciplinar.
O olhar do nutricionista sobre o estado nutricional do paciente com leucemia é essencial. Atento para a perda de peso que pode ser progressiva, mudanças do paladar e olfato, ingestão inadequada de alimentos/nutrientes e os efeitos colaterais das medicações imunossupressoras no tratamento das leucemias. Tais mudanças resultam na diminuição dos estoques de nutrientes e piora do estado nutricional.
A consulta com o nutricionista deve ser realizada no início do tratamento ou logo que os déficits nutricionais sejam detectados e deve continuar para o cuidado nutricional no acompanhamento. O atendimento objetiva assegurar a ingestão alimentar condizente com as necessidades nutricionais do paciente, fornecer orientações adequadas sobre os alimentos a serem consumidos e monitorar a composição corporal.
Estudos mostram que mesmo pequenas quantidades de perda de peso (menos de 5% do peso corporal) antes do tratamento são associadas com pior desfecho e diminuição da qualidade de vida, enfatizando assim a importância do atendimento nutricional precoce.
Já o inicio tardio do acompanhamento nutricional está relacionado às complicações dos sintomas, como graus variáveis de mucosite, xerostomia (boca seca) e disgeusia (percepção alterada de paladar). A mucosite, que é em geral grave e extremamente dolorosa, desenvolve-se em mais de 75% dos pacientes após o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH).
Os pacientes que realizam o TCTH tornam-se imunocomprometidos e necessitam de terapia de suporte, incluindo alterações dietéticas, para prevenir infecção. Diante do exposto o tratamento da leucemia pode causar diversos efeitos adversos e consequências nutricionais graves. Para reverter este quadro é fundamental o acompanhamento do profissional nutricionista, junto à equipe multidisciplinar.
Texto elaborado por Mônica Hubner Pinel CRN 66051, nutricionista Clínica e Hospitalar da Equipe da BIO SANA’S de Hematologia / Transplante de Medula Óssea e Enfermagem Dermatológica.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Consenso nacional de nutrição oncológica, Rio de Janeiro: INCA, 2009.
WAITZBERG, D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clinica. São Paulo: Ed Atheneu,2009.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. ; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.