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Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo

Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo
Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo

Durante todo o mês, iremos divulgar a campanha Março Borgonha, para conscientizar sobre o Mieloma Múltiplo (MM), seus sinais e sintomas, métodos diagnósticos, tratamento e importância da equipe multidisciplinar.

O Mieloma Múltiplo é um tipo de neoplasia (câncer) hematológico, decorrente de uma proliferação clonal dos plasmócitos (células que fazem parte da imunidade, produzindo os anticorpos) na medula óssea. Após sofrerem mutações, essas células passam a produzir uma proteína anormal, denominada proteína ou componente monoclonal.

 

Figura 1: Aumento do número de plasmócitos na medula óssea

 

Figura 2: Fisiopatologia do Mieloma Múltiplo

 

O MM corresponde à cerca de 10% de todas as neoplasias hematológicas, e apenas 1% das neoplasias em geral, sendo caracterizada como uma doença rara.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, ocorreram 176.404 novos casos e 117.077 óbitos. A incidência mundial, neste mesmo ano, foi de 1,8 casos/100 mil habitantes. Na América do Sul, a incidência foi de 2,0 casos/100 mil habitantes e a taxa de mortalidade foi de 1,5 óbitos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, dados do Painel Oncologia Brasil mostram que, entre 2013 e 2019, foram diagnosticados cerca de 2.600 casos de MM, anualmente, em ambos os sexos, estimando 1,24 casos/100 mil habitantes. Dados da literatura nacional relatam entre 2.500 e 4.000 novos casos por ano no Brasil.

Os principais fatores de risco para o MM são idade, sexo, raça e histórico familiar. Em relação à idade, mais de 60% dos diagnósticos acontecem em adultos com mais de 65 anos, sendo basicamente uma doença que acomete mais pacientes idosos.  No Brasil, dados do Observatório de Oncologia demonstraram que a idade média dos pacientes é de 63 anos, com ampla variação. A incidência é 1,5 vezes maior em homens do que em mulheres e 2 vezes maior em pessoas afrodescendentes do que em caucasianas. Também existe forte associação de risco entre parentes de primeiro grau.

Na quase totalidade dos casos o MM é precedido por um estágio pré-maligno, denominado Gamopatia Monoclonal de significado indeterminado (GMSI/MGUS), presente em 3-4% da população > 50 anos, chegando a 8% > 80 anos, que pode ser identificado na maioria das vezes através de um exame de sangue, a eletroforese de proteínas, através da presença da proteína monoclonal.

 

Figura 3: Gráfico de uma eletroforese de proteínas séricas com pico monoclonal em região de gamaglobulinas

 

É importante o conhecimento da população e dos médicos dessa doença, seus sinais e sintomas mais frequentes (aumento de cálcio, anemia, alteração da função renal e lesão ósseas), para um diagnóstico mais precoce e tratamento mais eficaz.

 

Figura 4: Alterações no MM: Aumento do cálcio sérico, alteração da função renal, anemia e lesões ósseas.

 

Texto elaborado pelo Dr. Lauro Augusto Caetano Leite, Médico Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, do hospital São Camilo Pompéia e IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.

 

 

 

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