Equipe de Transplante de Medula Óssea da BIO SANA’S e IBCC participam do 45º Annual Meeting of the European Society for Blood and Marrow Transplantation
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Os coordenadores de equipe de transplante de medula óssea Dra. Maria Cristina de Martins de Almeida Macedo e Dr. Roberto Luiz da Silva estiveram no período de 24 a 27 de março no EBMT – European Blood Marrow Transplantation.
O EBMT é um congresso europeu de transplante de medula óssea (TMO) ou também chamado de transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH). Ele ocorre anualmente e esta foi a sua 45ª edição, sediado em Frankfurt - Alemanha, entre 24 e 27 de março.
O EBMT reuniu médicos de todo o mundo, enfermeiros, farmacêuticos, pacientes e familiares e profissionais ligados às coletas dos registros (data manager).
Existem sessões educativas, sessões de discussão entre os profissionais (work shops), apresentação de tratamentos em desenvolvimento e experiências relatadas por diversos centros através de estudos individuais ou multi institucionais. Os assuntos mais abordados foram: tipos de transplantes, manejo e prevenção da recaída da doença oncohematológica, infecções, DECH (doença do enxerto contra o hospedeiro) e complicações precoces e tardias. Existem sempre informações a respeito das terapias com T-car – terapias baseadas em células imunologicamente criadas para combater tumores.
As T-car são terapias em desenvolvimento e muitopromissoras no combate às neoplasias hematológicas. Existem fontes e alvos diversos para as T-car e sua produção é extremamente cara, pois depende de altíssima tecnologia.
Segundo Dra. Maria Cristina, o EBMT é um congresso agradável, que reune um público altamente especializado e que lida com uma terapia de alto risco que só deve ser praticada por centros bem preparados.
Poder participar de um evento deste nível é de grande relevância e contribui com o desenvolvimento técnico de toda a equipe.
Transplante de Medula Óssea
O TMO ou TCTH é um tratamento utilizado em doenças oncohematológicas, principalmente, como leucemia mieloide aguda, leucemia linfoide aguda, mieloma múltiplo, linfoma não hodgkin, linfoma hodgkin e mielodisplasias. Entre as doenças não oncológicas podemos citar aquelas em que a medula óssea ou o sistema imunológico não funcionam adequadamente como por exemplo, anemia aplástica grave, talassemia major, anemia falciforme e imunodeficiências congênitas.
Até hoje, apesar de diversas divulgações realizadas na mídia, inclusive em novelas, há muito desconhecimento sobre o TMO ou TCTH. Não se trata de um tratamento cirúrgico e sim, de um tratamento quimioterápico e imunossupressor intensivo com objetivo de destruir a medula óssea doente e substituí-la por uma medula saudável. A medula óssea é o órgão produtor das células do sangue (hemáceas, leucócitos e plaquetas) e que também contém o sistema imunológico.
O transplante pode ser autólogo, quando se utiliza a própria medula ou alogênico, quando a medula é substituída por uma medula compatível.
O TMO ou TCTH sofreu incríveis melhorias em sua trajetória. Os primeiros transplantes datam da década de 60 e deram ao seu “pai e inventor” Eduard Donnall Thomas, o prêmio Nobel de medicina em 1990.
O grande desenvolvimento desta terapia ocorreu com a realização de exames que detectaram a "identidade das células" - HLA (histocompatibilidadehumana) e permitiram identificar um doador perfeitamente compatível. Assim, puderam ser realizados tratamentos quimioterápicos e radioterápicos intensivos em que a medula óssea doente era destruída e substituída pela medula óssea compatível. Mesmo com a compatibilidade de 100%, há possibilidade de ocorrer a chamada Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) que é ocasionada pela ativação do sistema imunológico do doador contra as células do paciente (hospedeiro). Para isso, foram sendo desenvolvidas drogas e estratégias que atuam controlando o sistema imunológico do doador. Existem outros enormes desafios para o sucesso do transplante, tais como: o controle das infecções de todos os tipos e por diversos agentes: bactérias, vírus, fungos, parasitas, etc. Outro desenvolvimento incrível ocorreu com novas estratégias que permitiram a realização dos transplante em pacientes com mais de 50 anos, chamados transplante de intensidade reduzida ou mini-transplante ou ainda transplantes não mieloablativos. Considerando que a maior parte das doenças hematológicas ocorre exatamente nesta população e que o transplante é uma terapia muito tóxica, essas estratégias permitiram que o transplante pudesse ser realizado em indivíduos mais idosos ou portadores de outros problemas de saúde associados.
O transplante de medula vem caminhando a passos largos e boa parte destes desafios já puderam ser bem controlados. Persistia o grave problema de que o transplante só podia ser oferecido a cerca de 25% dos pacientes que tinham um familiar compatível ou a cerca de outros 30 a 40% dos pacientes que encontravam um doador alternativo no banco de medula ou cordão umbilical. Há cerca de uma década, novas modalidades terapêuticas tornaram possível a realização de transplante com doador familiar parcialmente compatível, o chamado transplante haploidêntico, e isso fez com que potencialmente todos os pacientes tenham um doador permitindo a realização do transplante de medula óssea para praticamente todos os pacientes. Segundo Dr. Roberto Luiz da Silva, a equipe BIO SANA’S foi uma das primeiras equipes a realizar esta modalidade de transplante e puderam aprimorar esta técnica graças a possibilidade de participarem de congressos como este na Europa.
Saiba mais:
https://www.biosanas.com.br/especialidade-info/1/transplante-de-medula-ossea