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Infecção por dengue e plaquetopenia

Infecção por dengue e plaquetopenia
Infecção por dengue e plaquetopenia

Infecção por dengue e plaquetopenia (baixa do número de plaquetas no sangue)

Durante uma infecção por dengue, o vírus ataca os leucócitos, incluindo os macrófagos e as células dendríticas. Isso desencadeia uma resposta imune que inclui a produção aumentada de citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e o interferon-gama (IFN-γ). Essas citocinas, juntamente com outros mediadores inflamatórios, podem causar danos às células endoteliais dos vasos sanguíneos.

O dano endotelial resultante leva ao aumento da permeabilidade vascular, causando extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em hipovolemia e hipotensão arterial. Além disso, os vasos sanguíneos danificados podem ativar a coagulação e o sistema fibrinolítico, levando à formação de microtrombos e ao consumo de plaquetas. Isso, juntamente com a diminuição da produção de plaquetas devido à disfunção da medula óssea induzida pelo vírus, contribui para a plaquetopenia observada em pacientes com dengue.

É importante notar que o grau de plaquetopenia em pacientes com dengue pode variar desde uma leve redução até níveis perigosamente baixos, o que aumenta o risco de sangramento e complicações graves como o AVC (acidente vascular cerebral hemorrágico). O monitoramento cuidadoso dos níveis de plaquetas e a administração adequada de líquidos e tratamentos de suporte são essenciais para o manejo eficaz da dengue e suas complicações hematológicas.

A gravidade da dengue pode variar de acordo com a faixa etária. Em geral, a dengue é mais perigosa em crianças pequenas e em adultos mais velhos.

Crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de cinco anos de idade, tendem a ter sistemas imunológicos menos desenvolvidos, o que pode torná-las mais suscetíveis a complicações graves da dengue, como síndrome de choque por dengue.

Adultos mais velhos, especialmente aqueles com condições médicas subjacentes, como diabetes ou doenças cardíacas, podem ter maior risco de complicações graves devido à dengue, como sangramento grave, comprometimento de órgãos e choque.

Pessoas de todas as idades estão em risco de contrair dengue e devem tomar medidas preventivas, como evitar picadas de mosquitos e eliminar os criadouros de mosquitos ao redor de suas casas, para reduzir o risco de infecção.

Pacientes imunossuprimidos geralmente têm um risco aumentado de complicações graves se contraírem Dengue. Isso ocorre porque seus sistemas imunológicos comprometidos podem não ser capazes de montar uma resposta eficaz contra o vírus da dengue, tornando-os mais suscetíveis a desenvolver formas graves da doença, como síndrome de choque por dengue ou hemorragia grave e CIVD (coagulação intravascular disseminada).

Além disso, certos medicamentos imunossupressores, como corticosteroides ou agentes biológicos, podem interferir na resposta imune do corpo, aumentando ainda mais o risco de complicações da dengue em pacientes imunossuprimidos.

Portanto, é importante que os pacientes imunossuprimidos tomem precauções extras para evitar a picada de mosquitos transmissores da dengue e busquem orientação médica imediata se apresentarem sintomas de dengue, para um manejo adequado da doença e prevenção de complicações graves.

O Dimero D é um exame que possui um papel importante para diagnostico de causas graves nos pacientes com evolução clínica desfavorável, o D-dímero é o principal indicador da presença de CIVD incipiente, cujo diagnóstico tardio pode ser fatal. Portanto, um diagnóstico eficiente e preciso da dengue, assim como uma avaliação precoce do sistema da coagulação são cruciais para o manejo clínico adequado da doença e um melhor resultado clínico e cura dos pacientes.

 

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Dr. Roberto Luiz da Silva é médico coordenador da equipe de Hematologia e TMO da BIO SANA’S e da equipe de hematologia e transplante de medula óssea do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) e Hospital São Camilo Pompéia.

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