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Linfoma de Hodgkin

Linfoma de Hodgkin
Linfoma de Hodgkin

O linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfóide incomum de células B que surge quando os linfócitos ou os seus precursores que moram no sistema linfático, se transformam uma célula maligna, chamada de célula de Reed-Sternberg. A presença desta célula desencadeia uma reação inflamatória ao seu redor, formando um microambiente repleto de células imunológicas.

Como o tecido linfoide está presente em muitas partes do corpo, o linfoma de Hodgkin pode começar em qualquer local. Porém, o mais frequente é aparecerem linfonodos presentes no tórax, pescoço e axilas.

O LH afeta aproximadamente 8.540 novos pacientes nos Estados Unidos a cada ano. Já no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer tem uma estimativa média dos anos de 2020 a 2023 de que em cada ano ocorreram aproximadamente 1.500 novos casos de LH em homens e cerca de 1.000 em mulheres.

A doença tem uma distribuição etária bimodal, ocorrendo principalmente em adultos jovens (entre 25 a 30 anos) e adultos com 55 anos ou mais, embora com menor frequência neste último grupo.

Não existem fatores de risco claramente definidos para o desenvolvimento do LH e sua causa desconhecida. Os fatores que demonstraram estar associados ao LH incluem fatores familiares, exposições virais e imunossupressão.

Linfoma de Hodgkin divide-se em LH com predominância linfocitária nodular e LH clássico. Este último, por sua vez, subdivide-se em outros quatro tipo: esclerose nodular, rico em linfócitos, celularidade mista e depleção linfocitária. Esta é uma classificação histológica, com algumas peculiaridades clínicas em cada grupo.

Os sintomas mais comuns no momento do diagnóstico são febre, suor noturno, perda de peso sem causa aparente, prurido (coceira) e linfonodos aumentados (as chamadas “ínguas”), especialmente em tórax e pescoço. A partir destes sintomas, após avaliação médica detalhada, deverão ser feitos exames laboratoriais e de imagem para que também sejam descartadas outras doenças que cursam com sintomas semelhantes. O diagnóstico então será realizado por meio da biópsia de linfonodo.

Após a confirmação diagnóstica, deverá ser realizado exame de PET-CT, cujo resultado associado à história clínica do paciente e a alterações de exames laboratoriais, irá possibilitar o estadiamento e estratificação de risco da doença para a partir de então definir o melhor tratamento para cada paciente.

O tratamento é baseado em esquemas de quimioterapia, utilizando combinações de medicamentos potentes, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. A radioterapia também pode ser indicada em casos selecionados.

O transplante de células-tronco hematopoiéticas, mais conhecido como transplante de medula óssea, também faz parte do rol de opções terapêuticas para o Linfoma de Hodgkin, devendo ser indicado aos pacientes que não responderam a outros tratamentos, porém sua indicação depende de outros fatores como a idade e a condição clínica do paciente.

Se a medula óssea não estiver acometida, o próprio paciente será o seu doador, realizando o chamado transplante autólogo. Ele acontece quando são coletadas as próprias células-tronco do paciente que serão devolvidas ao mesmo após ser submetido a um regime de quimioterapia em altas doses (chamado de condicionamento), com o intuito de eliminar todas as células doentes. As células tronco coletadas então retornam ao paciente para reestabelecimento da medula óssea após a quimioterapia de alta intensidade.

Para os casos em que ocorre refratariedade (resistência) ao tratamento com quimioterápicos, outra linha altamente utilizada e com bons resultados nos últimos anos é a imunoterapia ( Nivolumab, Pembrolizumab e Brentuximab Vedotina ), composta de medicamentos que são anticorpos monoclonais produzidos em laboratório com o objetivo de agir em um alvo específico para atacar as células doentes. Lembrando que cada tratamento tem suas indicações precisas e deve ser individualizado. O médico hematologista deverá ser consultado para esclarecimento de dúvidas e avaliação apropriada.

 

Referências:

Ansell, S. M. (2022). Hodgkin lymphoma: 2023 update on diagnosis, risk stratification, and management. American Journal of Hematology97(11), 1478–1488. https://doi.org/10.1002/ajh.26717

Manual - Linfoma de Hodgkin. Tudo o que você precisa saber Realização: ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia AGOSTO / 2023

Connors, J. M., Cozen, W., Steidl, C., Carbone, A., Hoppe, R. T., Flechtner, H.-H., & Bartlett, N. L. (2020). Hodgkin lymphoma. Nature Reviews. Disease Primers6(1). https://doi.org/10.1038/s41572-020-0189-6

 

Texto elaborado por Dr. Caio Henrique de Souza Almeida, Médico Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, Hospital São Camilo Pompéia e IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).

 

Para saber sobre transplante de medula óssea, basta clicar no link abaixo:

https://www.biosanas.com.br/post/160/quais-as-etapas-do-transplante-de-medula-ossea-tmo

 

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