Os cuidados de enfermagem pós transplante de medula óssea
Os pacientes transplantados de medula óssea (TMO), são submetidos a intensos efeitos adversos causados pelas drogas administradas e/ou pelas reações da própria medula infundida. Tal estado de fragilidade requer uma equipe de enfermagem especializada e adequadamente estruturada para prestar uma assistência de qualidade.
A complexidade do procedimento se relaciona à fragilidade da saúde dos pacientes e a necessidade de cuidados especiais, relacionados e restrições alimentares, cuidados de higiene pessoal, isolamento social, infecções, entre outras.
Durante a internação o paciente tem acompanhamento da saúde 24h por dia e a transição para casa exige da equipe ações para assegurar a continuidade dos cuidados. Assim, o atendimento ambulatorial de enfermagem tem como objetivo orientar esses pacientes sobre novas rotinas, realizar pequenos procedimentos, monitoramento de exames de rotina, administração de medicamentos, educação em saúde e suporte psicológico.
É necessário que o enfermeiro e sua equipe tenham conhecimentos das demandas de atenção que o paciente de TMO necessita, como:
- controlar a aceitação da dieta via oral, tendo o conhecimento para paciente imunossuprimido, evitando o risco de infecção de origem alimentar;
- realizar manutenção do cateter venoso central, avaliar o sítio de punção se apresenta sinais de inflamação, avaliar a integridade da pele e fixação da película protetora, orientação sobre o manuseio em casa, afim de evitar risco de infecção;
- avaliação de mucosite (complicação mais comum pós- TMO, causa mais comum de dor oral durante o tratamento, apresentando em 90% dos pacientes);
- orientar as famílias de todas as intervenções que o paciente necessita;
- administração de medicamentos para tratamento da doença, orientando quanto aos efeitos adversos e realizando o controle de dosagens dos fármacos;
- Controle de peso, pois o excesso de peso e o baixo peso dificultam o tratamento;
- Avaliação de controle da doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), umas das complicações mais comuns pós TMO;
É função da enfermagem buscar a alta qualidade do serviço, e também toda a educação do paciente a essa nova etapa de sua vida, que necessitará de algumas restrições temporárias. Não podemos pensar em TMO sem antes buscar recursos humanos especializados e competentes, capazes de prestar assistência individualizada ao paciente. Para tanto, o profissional necessita de conhecimento e embasamento cientifico para tornar-se capaz de realizar o planejamento da assistência eficácia, possibilitando uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Espig C et al. Cuidados de enfermagem em uma unidade de transplante de medula óssea. IV seminário de enfermagem, 2016.
Rodrigues JAP et al. Cuidados de enfermagem aos pacientes pós- transplante de células-tronco hematopoiéticas: revisão integrativa. Ver Bras Enferm. 2021; 74(3). Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/bXSCg76YGhMngcy7Dyh7BYh/?lang=pt&format=pdf
Ministério da Saúde. Hospital Geral de Bonsucesso. Recomendações para prevenção de infecção associada a cateter venoso central, 2010. Disponível em: http://www.hgb.rj.saude.gov.br/ccih/Todo_Material_2010/ROTINA%20I/ROTINA_
I_5%20_recomendacoes_para_prevencao_de_infeccao_associada_a_cateter_venoso_central.pdf
Texto elaborado por Tânia Moraes, Enfermeira da Onco-hematologia e transplante de medula óssea da Equipe da BIO SANA’S.
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