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Leucemia Mieloide Crônica

Leucemia Mieloide Crônica
Leucemia Mieloide Crônica

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma Neoplasia Mieloprofiferativa Crônica que se caracteriza por uma proliferação de granulócitos maduros e imaturos na medula óssea.

A LMC é caracterizada por uma translocação genética balanceada, t(9;22) (q34;q11.2). Esse rearranjo é conhecido como cromossomo Filadélfia. A consequência molecular desta translocação é a geração de um oncogene de fusão BCR::ABL1, que por sua vez se traduz em uma oncoproteína BCR::ABL1.

BCR::ABL1 promove o desenvolvimento da LMC, permitindo a proliferação descontrolada de células transformadas, escape da apoptose, maturação discordante e interações alteradas com a matriz celular.

A LMC é responsável por 15 a 20% das leucemia em adultos, com uma incidência anual de 2 casos/100.000.  Não há Predisposição familiar para LMC e exposição à radiação ionizante o único fator de risco conhecido.

Cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com Leucemia mieloide crônica são assintomáticos. O diagnóstico de LMC geralmente ocorre durante um exame físico de rotina ou exames de sangue. A LMC pode ser classificada em três fases: Fase crônica, fase acelerada (FA) e fase blástica (BP). A maioria (90%–95%) dos pacientes apresenta LMC – fase crônica. Sinais e sintomas comuns de LMC-fase cronica, quando presentes, resultam de anemia e esplenomegalia.

Entre os pacientes sintomáticos, os sintomas mais comuns são: fadiga (34% dos pacientes), perda de peso (20% dos pacientes), sudorese excessiva (15% dos pacientes), plenitude abdominal (15% do pacientes), dor óssea (7% dos pacientes) e sangramento devido à disfunção plaquetária (21% dos paciente), trombose

Esplenomegalia é evidenciada em 48 a 76% dos pacientes. Pode se manifestar como saciedade precoce, desconforto abdominal ou dor no quadrante superior esquerdo. Às vezes, é observada sensibilidade na parte inferior do esterno, devido à expansão da medula óssea.

A artrite gotosa aguda também pode ocorrer devido à superprodução de ácido úrico.

A intensidade dos sintomas depende da fase de evolução da doença.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais

- Hemograma: Presença de aumento da contagem de Leucocitos. Pode haver aumento de contagem de plaquetas e anemia.

- Avaliação medular com mielograma: com medula óssea hipercelular com marcada hiperplasia granulocitica

- Cariotipo/Exame citogenético: presença de t(9;22)(q34;q11.2)

- Marcadores moleculares: Pesquisa de BCR-ABL por RT-PCR ou FISH

O tratamento é recomendado a todos os pacientes, deve ser iniciado logo após a confirmação do diagnóstico. A principal opção de tratamento são os inibidores da tirosina quinase ou ITKs – imatinibe, nilotinibe, dasatinibe, bosutinibe, ponatinibe e em situações onde haja falha aos ITKs  ou progressão da doença ou intolerâncias graves aos ITKs, assim como em pacientes jovens com doença de alto risco , o transplante de medula óssea ( TMO) e indicado

A resposta à terapia com inibidor de tirosina quinase (TΚΙ) deve ser monitorada regularmente. A resposta à terapia inicial é avaliada de acordo com critérios hematológicos, citogenéticos e moleculares.

Todos os TKIs são equivalentes se o objetivo da terapia for melhorar a sobrevida. São medicações via oral extremamente eficazes.

Embora a LMC não seja curável com os inibidores de tirosina quinase, cada vez mais pacientes alcançam remissões extremamente profundas.

 

Referências:

  1. World Health Organization Classification of Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues, Swerdlow SH, Campo E, Harris NL, et al. (Eds), IARC Press, Lyon 2008
  2. Arber DA, Orazi A, Hasserjian RP, et al. International Consensus Classification of Myeloid Neoplasms and Acute Leukemias: integrating morphologic, clinical, and genomic data. Blood 2022; 140:1200.
  3. Khoury JD, Solary E, Abla O, et al. The 5th edition of the World Health Organization Classification of Haematolymphoid Tumours: Myeloid and Histiocytic/Dendritic Neoplasms. Leukemia 2022; 36:1703.
  4. Elias J, Hagop K. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring.American journal of Hematology, Volume99, Issue11.November 2024. Pages 2191-2212

 

Texto elaborado pela Dra. Patrícia Miki Yamamoto, Médica Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, Hospital São Camilo Pompéia IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).

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