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Leucemia Linfocítica Crônica

Leucemia Linfocítica Crônica
Leucemia Linfocítica Crônica

A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é uma doença hematológica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos B clonais na medula óssea, sangue periférico e em tecidos linfoides. É um dos tipos mais comuns de leucemia, geralmente acometendo pacientes mais velhos, com média de idade no diagnóstico de 70 anos.

Nos estágios iniciais, a doença pode ser totalmente assintomática, cursando apenas com aumento de linfócitos no hemograma. Com a evolução da doença, os sintomas da LLC podem ser variados e incluem fadiga persistente, palidez, febre inexplicada, sudorese noturna, perda de peso inexplicada, aumento dos linfonodos, aumento do fígado e/ou baço e sangramento espontâneo, além de infecções recorrentes devido à supressão do sistema imunológico pela doença.

O diagnóstico geralmente começa com exames de sangue de rotina que podem mostrar contagens anormais de células sanguíneas. Para o diagnóstico, é necessária a presença de mais de 5.000 linfócitos B no sangue periférico, com duração maior ou igual a 3 meses. Para confirmação do diagnóstico, deve ser comprovada a clonalidade dos linfócitos B, por meio da imunofenotipagem de sangue periférico, exame no qual são analisados diferentes marcadores na superfície das células acometidas. O estadiamento da doença é realizado apenas pela análise do hemograma e pelo exame físico (avaliação de aumento de linfonodos e aumento do fígado e/ou do baço).

O tratamento da LLC é baseado em vários fatores, incluindo o estágio da doença, a presença de sintomas, a idade e a saúde geral do paciente. Nos estágios iniciais, em pacientes assintomáticos ou com poucos sintomas, é indicada apenas a observação clínica e acompanhamento regular com o médico hematologista, visto que o tratamento medicamentoso nessa fase da doença não resultou em benefício nos estudos clínicos e pode tornar a doença mais resistente em tratamentos futuros, uma vez que não existe tratamento curativo para a doença e ela é caracterizada por períodos de remissão após o tratamento e posterior recaída, com necessidade de novos tratamentos em sequência. Na presença de critérios bem definidos para doença ativa e sintomática, o tratamento medicamento deve ser indicado.

Opções de Tratamento: O tratamento com quimioterapia associada a imunoterapia foi o tratamento de escolha da LLC por muitas décadas. Atualmente, com o surgimento de terapias mais direcionadas contra as células da doença, inclusive por meio de drogas por via oral, o tratamento pode ser realizado com imunoterapia associada a drogas orais, drogas orais em monoterapia ou até mesmo a associação de duas drogas de mecanismo de ação diferentes por via oral.

  • Exemplos de imunoterapia (anticorpos monoclonais anti-CD20):
    •  Rituximabe
    •  Obinutuzumabe
  • Exemplos de drogas alvo por via oral:
    • Venetoclax (inibidor de BCL2)
    • Ibrutinibe (inibidor covalente de BTK)
    • Acalabrutinibe (inibidor covalente de BTK de 2a geração)
    • Zanubrutinibe (inibidor covalente de BTK de 2a geração)
    • Pirtobrutinibe (inibidor não covalente de BTK)

Em casos refratários, existem tratamentos mais modernos em fase de estudos clínicos, como a terapia com células CAR-T, na qual as células do sistema imunológico do próprio paciente são modificadas geneticamente para combater a doença, porém o transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas (ou transplante alogênico de medula óssea) continua sendo a única terapia com potencial curativo para a doença, podendo ser indicado em pacientes mais jovens, com doença de alto risco, que atingem boa resposta após o segundo retratamento da doença com as novas terapias disponíveis.

Se você apresenta algum desses sintomas ou deseja saber mais sobre essa doença, consulte um médico hematologista.

 

Referências Bibliográficas:

1. Hallek M, Al-Sawaf O. Chronic lymphocytic leukemia: 2022 update on diagnostic and therapeutic procedures. Am J Hematol. 2021 Dec 1;96(12):1679-1705. doi: 10.1002/ajh.26367. PMID: 34625994.

2. Bennett, R., Seymour, J.F. Update on the management of relapsed/refractory chronic lymphocytic leukemia. Blood Cancer J. 14, 33 (2024). https://doi.org/10.1038/s41408-024-01001-1

 

Texto elaborado por Dr. Caio Branicio Prato, Médico Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, Hospital São Camilo Pompéia IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).

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