Leucemia Mielóide Aguda


A leucemia mielóide aguda (LMA) é um tipo de neoplasia da medula óssea, e é a leucemia aguda mais comum nos adultos, sendo responsável por cerca de 80% dos casos neste grupo. Nos Estados Unidos, a incidência de?LMA?varia entre três e cinco casos por 100.000 habitantes. Só em 2015, foram diagnosticados cerca de 20.830 novos casos e mais de 10.000 doentes morreram devido a esta doença. A incidência de?LMA?aumenta com a idade, de aproximadamente 1,3 por 100.000 habitantes em doentes com menos de 65 anos para 12,2 casos por 100.000 habitantes em doentes com mais de 65 anos.
Um pequeno número de casos tem fatores causais identificados, tais como a realização de quimioterapia prévia ou certas exposições químicas, mas a grande maioria deve-se a alterações genéticas, sem agentes causais claros. A identificação destas alterações é importante na estratificação do risco dos doentes e na determinação do tratamento adequado.
Alguns casos da doença serão descobertos em exames laboratoriais de sangue de rotina, enquanto outros apresentarão sinais e sintomas, como febre, cansaço, fraqueza e sangramentos.
A LMA é classificada em três grupos de risco prognóstico: favorável, intermediário e adverso. Estes grupos baseiam-se na citogenética e perfil molecular. Os grupos de prognóstico preveem a resposta à terapêutica padrão e sobrevida.
O tratamento da?LMA?envolve uma terapia de indução inicial e uma terapia pós-remissão. A escolha da terapia de indução depende do?status performance (desempenho) ?do doente, das suas comorbidades e da estratificação de risco.
As duas terapias de indução mais utilizadas na?LMA?incluem: a) Quimioterapia citotóxica com ou sem terapia alvo, como o uso de midostaurin nos pacientes que possuem mutação do gene FLT3, e? b) Agentes hipometilantes (azacitidina ou decitabina) com ou sem terapia alvo, como o venetoclax, um inibidor da proteína BCL2.
O objetivo da terapia pós-remissão é?evitar a recidiva da doença. As duas estratégias mais utilizadas são as quimioterapias citotóxicas adicionais pós-remissão (como a citarabina em doses elevadas ou intermediária), com ou sem terapia alvo, ou o?Transplante de Medula Óssea Alogênico (TMO)?ou?Transplante de Células?Tronco Hematopoiéticas (TCTH). A escolha da terapia é determinada pela estratificação de risco e benefícios únicos proporcionados por cada tratamento.
Avanços significativos foram registrados nos últimos anos na caracterização genômica da LMA o que resultou em oportunidades interessantes para o desenvolvimento de novas terapias genomicamente direcionadas, como os inibidores de FLT3 e inibidores de IDH 1 e 2. Muitos estudos ainda estão sendo conduzidos a fim de melhores resultados para essa doença.
Bibliografia:
I De Kouchkovsky and M Abdul-Hay. AML: a comprehensive review and 2016 update. Blood Cancer Journal (2016) 6, e441; doi:10.1038/bcj.2016.50
PELCOVITS A, and RABIN N. Acute Myeloid Leukemia: A Review. R I Med J (2020) Apr 1;103(3):38-40
Texto elaborado pela Dra. Jamilla Neves Cavalcante, Médica Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, Hospital São Camilo Pompéia e IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).
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