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Diagnóstico do Mieloma Múltiplo

Diagnóstico do Mieloma Múltiplo
Diagnóstico do Mieloma Múltiplo

O mês de março, base da campanha Março Borgonha, é dedicado ao esclarecimento sobre o Mieloma Múltiplo visando a multiplicação e conhecimento a população e profissionais de saúde sobre essa patologia ainda desconhecida para a maioria da população.

Com o avançar das técnicas diagnósticas ao longo das décadas, ao mesmo tempo em que se permitiu o diagnóstico precoce do Mieloma Múltiplo per se, permitiu-se também o diagnóstico de condições pré-malignas e de outras não malignas que se associam ao defeito dos plasmócitos.

Neste post, como a própria campanha sugere, vamos nos ater ao diagnóstico do Mieloma Múltiplo (MM) já estabelecido – e não as outras gamopatias monoclonais. As referências que utilizamos são as determinadas pelo International Myloma Working Group (IMWG), que há décadas suportam o diagnóstico das gamopatias monoclonais e cuja última revisão ocorreu no ano de 2022.

Os critérios incluem o famigerado mnemônico “CRAB” (Cálcio, Rins, Anemia e “Bone lesions”), a avaliação de proteínas monoclonais com técnicas de Eletroforese de proteínas sérica e urinária, Imunofixação sérica e urinária, dosagem das gamaglobulinas e cadeias leves (Kappa ou Lambda), a avaliação medular por biópsia e detecção de lesões ósseas por métodos complementares mais modernos, assim permitindo um diagnóstico mais precoce. Outras ferramentas de grande auxílio para definição de risco e escolha do tratamento inicial incluem biomarcadores como β2 microglobulina, níveis séricos de albumina e a classificação molecular através da técnica de FISH.

Assim, explano a seguir os critérios e subcritérios diagnósticos atualizados para MM:

Ambos os critérios (I e II) devem ser obrigatoriamente contemplados:

  1. ≥ 10% de plasmócitos clonais em biópsia de medula óssea OU Plasmocitoma extramedular definido em biópsia
  2. 1 ou mais eventos definidores de MM (dentre 1, 2, 3 e 4)
    1. Evidência de lesões de órgão-alvo (aqui entra o CRAB)
      1. Hipercalemia: cálcio iônico > 0,25 mmol/L ou cálcio não iônico > 1 mg/dl acima do valor superior de normalidade OU valor absoluto de cálcio iônico > 2,75 mmol/L ou cálcio não iônico > 11 mg/dl;
      2. Injúria/insuficiência renal: clearance de creatinina < 40 ml/min ou Creatinina sérica > 2 mg/dl;
      3. Anemia: hemoglobina com queda > 2 g/dl ao limite inferior da normalidade ou valor absoluto de hemoglobina < 10 g/dl;
      4. Bone lesions”: uma ou mais lesões osteolíticas identificadas em radiografia de eixo axial, Tomografia computadorizada ou PET-CT
    2. Contagem de plasmócitos clonais > 60% em medula óssea
    3. Razão de Cadeia leve envolvida/não envolvida ≥ 100, sendo que a cadeia leve envolvida deve possuir nível ≥ 100 mg/dl
    4. ≥ 1 lesão focal de pelo menos 5 mm em estudo de RM

Cabe ressaltar ainda que, para adequada estratificação de risco da doença e, consequentemente, escolha do melhor tratamento inicial ou sequencial, outros fatores como citados anteriormente são imprescindíveis.

 

Até a próxima,

 

Referências Bibliográficas:

  1. S. Vincent Rajkumar. Multiple myeloma: 2022 update on diagnosis, risk
    stratification, and management. Am J Hematol. 2022; 97:1086–1107. DOI: 10.1002/ajh.26590

 

Texto elaborado por Dr. Lucas Boscoli Lanza, Médico Hematologista especialista em transplante de medula óssea da Equipe BIO SANA’S, Hospital São Camilo Pompéia IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).

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