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Mês de Combate a Leucemia - dando continuidade ao Fevereiro Laranja: Leucemia Mielóide Aguda

Mês de Combate a Leucemia - dando continuidade ao Fevereiro Laranja: Leucemia Mielóide Aguda
Mês de Combate a Leucemia - dando continuidade ao Fevereiro Laranja: Leucemia Mielóide Aguda

A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença hematológica caracterizada pela infiltração da medula óssea por células anômalas do sistema hematológico.

O sistema hematológico é bastante peculiar e é importante falar um pouco sobre ele para que fique mais fácil a compreensão dessa doença.  A medula óssea, que é o principal órgão desse sistema, é um “ órgão líquido”, que se situa dentro dos ossos, parecido com aquilo que conhecemos como “tutano”. Na medula óssea são formadas as células sanguíneas, cujos 3 grupos mais conhecidos são: glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Todas essas células se originam a partir de um grupo de células chamadas células tronco, que são as células primordiais desse sistema e que tem as características de se auto renovarem e de se diferenciarem. Ou seja, uma mesma célula tronco se transformará em tipos celulares distintos. Essa célula tronco, também chamada célula-mãe, vai amadurecendo e ficando mais especializada em funções específicas.

Na LMA, a célula que estava se transformando em uma célula leucocitária especializada em algumas funções de defesa (componente mielóide), sofre mutações e a célula para de amadurecer e começa a se proliferar rapidamente. Essas células são imaturas, não fazem as funções da defesa adequadamente e acabam ocupando o espaço da medula óssea, atrapalhando o desenvolvimento das outras células normais.

É uma doença grave, aguda, se manifesta em poucos dias ou semanas e necessita de tratamento imediato. Os maiores sintomas estão justamente associados com a anemia, infecções e sangramentos, consequências da falta de funcionamento normal da medula óssea.

A LMA é um dos tipos mais comuns de leucemia em adultos, mas ainda é considerada uma doença rara.  O Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima que se sejam diagnosticados 5.920 casos novos por ano de LMA em homens e 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres. Pode acometer pessoas de todas as faixas etárias, embora seja mais comum em adultos. A incidência é maior quanto maior a idade.

Pode haver um componente genético envolvido na gênese da doença. É mais frequente em pacientes submetidos previamente a alguns tipos de quimioterapia, nesse caso são chamadas leucemias secundárias.

O diagnóstico é feito a partir do mielograma, mas o hemograma simples já mostra sinais sugestivos da leucemia. Outros exames muito importantes: citogenética e exames moleculares, são fundamentais para que se possa fazer uma classificação mais exata do tipo de célula doente e permitir a subclassificação da LMA em grupos de diferentes respostas ao tratamento. Classifica-se em baixo risco, risco intermediário e alto risco.

O tratamento é baseado em quimioterapia intensiva, principalmente para os pacientes jovens. Quase sempre é feito em ambiente hospitalar, principalmente na fase inicial. Atualmente vivemos uma era de novas e promissoras drogas, permitindo que possamos escolher e adaptar as melhores drogas e esquemas aos diferentes subtipos de LMAs, particularmente para o principal grupo de pacientes, mais idosos e muitas vezes mais frágeis para tolerar quimioterapia intensiva.

A intenção do tratamento é curativa, ou seja, não se quer o convívio com a doença, como nos casos das leucemias crônicas, mas sim o extermínio das células doentes. O transplante de medula óssea é um importante aliado ao tratamento e é indicado nos casos de LMAs de risco intermediário e alto risco. Os avanços das técnicas de transplante também permitiram que esse tratamento seja oferecido à boa parte dos pacientes com diagnóstico de LMA.

 

Texto elaborado pela Dra. Maria Cristina M Almeida Macedo – CRM 61597 – médica Hematologista pela USP e coordenadora de equipe de Transplante de Medula óssea da Bio Sana`s S/S e médica Hematologista e de Transplante de medula óssea da rede DASA

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