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Iniciado ambulatório para acompanhamento e tratamento de pacientes com DECH Crônica por Bruna Pedro *

Iniciado ambulatório para acompanhamento e tratamento de pacientes com DECH Crônica por Bruna Pedro *
Iniciado ambulatório para acompanhamento e tratamento de pacientes com DECH Crônica por Bruna Pedro *

Da esquerda para direita: Enfª Bruna Letícia da Silva Santos Geraldo, Drª Maria Cristina Martins de Almeida Macedo, Enfª Bruna Pedro e Enfª Lina Monetta 

A equipe de transplante da BIO SANA’S / IBCC iniciou um atendimento diferenciado e específico para acompanhar os pacientes Pós-Transplante de Medula Óssea (TMO) alogênico acometidos pela Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) ou (GVHD - graft versus host disease): o Ambulatório de DECH.

O TMO alogênico é uma terapia realizada para o tratamento de diversas doenças onco-hematológicas, de natureza maligna ou não. Atualmente são realizados mais de 20 mil Transplantes de Medula Óssea por ano [1], no mundo todo. A manifestação da DECH Aguda ou Crônica (DECH-a e DECH-c) representa uma das principais complicações em pacientes que estão em fase pós-TMO [1]. Aproximadamente 50% dos pacientes que realizam TMO alogênico irão desenvolver a DECH com variados graus de severidade. Para que o TMO alogênico ocorra, é preciso que o exame de HLA (Antígeno Leucocitário Humano) entre receptor/paciente e doador seja compatível. Porém, a DECH pode ser manifestada mesmo se o HLA for totalmente compatível. A DECH ocorre porque os glóbulos brancos (linfócitos) do doador reconhecem as células do receptor como “estranhas” e desencadeiam uma resposta imune contra alguns órgãos do receptor [1].

A DECH poderá ser classificada em aguda ou crônica, de acordo com o tempo pós-transplante em que o paciente se encontra, os achados clínicos e os resultados de exames de biópsias.

A DECH aguda geralmente ocorre antes de o paciente completar 100 dias de TMO e os principais órgãos acometidos são:

  • pele: exantemas/vermelhidão
  • fígado: hepatite/icterícia
  • trato gastrointestinal: dor abdominal, diarreia

A DECH crônica geralmente ocorre alguns meses depois do transplante, podendo afetar qualquer órgão do corpo do receptor, tais como:

  • pele: manchas, coceiras, ressecamento
  • boca: manchas brancas na língua ou na parte de dentro das bochechas, retração das gengivas
  • trato gastrointestinal: dor para engolir, enjoo, vômito, diarreia, perda de peso
  • olhos: olhos secos, irritados ou lacrimejantes
  • músculos: dor, fraqueza
  • pulmão: falta de ar, tosse, cansaço excessivo
  • trato genital: vagina seca, estreita, feridas, corrimento, fimose nova em homens e dificuldade de urinar [2]

O tratamento da DECH baseia-se em medicamentos que atuam diminuindo a reação dos linfócitos contra as células do receptor/paciente, os chamados imunossupressores. Para distinguir os pacientes que necessitam ou não de imunossupressão sistêmica, na década de 1980 a DECH crônica passou a ser classificada em limitada, quando há o comprometimento localizado de pele e/ou fígado, ou extensa, quando há o comprometimento generalizado da pele ou comprometimento de outros órgãos. Entretanto, observou-se que esta classificação não reproduzia ou não previa a gravidade da DECH [3].

Estudos recentes identificaram que o envolvimento de múltiplos órgãos ou locais, uma piora da performance status, a plaquetopenia (contagem de plaquetas menor do que 100.000/mL) no momento do diagnóstico da DECH, o aparecimento progressivo da DECH-c, o resultado elevado das bilirrubinas e o envolvimento extenso da pele (maior que 50% da superfície corpórea) são variáveis de risco associadas ao aumento das complicações relacionadas ao transplante em pacientes com DECH-c [3].

Diante da dificuldade no diagnóstico da DECH-c e do aumento da morbidade e complicações relacionadas ao transplante em pacientes com DECH-c, a Equipe médica e de enfermagem da BIO SANA’S/IBCC iniciou um ambulatório para acompanhamento e tratamento de pacientes com DECH-c em fase pós-transplante de medula óssea.

Baseada nos critérios do consenso do NIH (National Institutes of Health) é realizada a classificação global da gravidade do paciente com DECH-c, através da avaliação médica e de enfermagem e a pontuação adequada dos órgãos envolvidos. Com a utilização dessa classificação é possível realizar o diagnóstico real para a DECH-c e as orientações e intervenções no tempo correto, verificar a gravidade dos sinais apresentados e acompanhar adequadamente a resposta de cada paciente ao tratamento.

O ambulatório de DECH acontece às quintas-feiras na BIO SANA’S das 8 as 12 horas e ás sextas-feiras pela manhã, no IBCC, e requer agendamento prévio através dos telefones:

BIO SANA’S: 11 5904-1199

IBCC: 11 3474-4255

 

Referências:

[1] Protocolo clinico e diretrizes terapêuticas. Imunossupressão para profilaxia e tratamento da Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro Aguda e Crônica em transplantes de células tronco hematopoiéticas. Conitec. Dez, 2016.

[2] Jagasia M.H., et al. National Institutes of health consensus development Project on criteria for clinical trials in chronic graft-versus-host disease: I. The 2014 diagnosis and staging working group report. Biol Blood Marrow Transplant. 2015 March; 21 (3):389-401.

[3] Bouzas L.F.S., et. al. Diretrizes para o diagnostico, classificação, profilaxia e tratamento da doença enxerto contra hospedeiro crônica. Ver. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32 (Supl. 1): 22-39

 

* Enfermeira do ambulatório de DECH da equipe de Transplante de Medula Óssea (TMO) da BIO SANA´S e Instituto Brasileiro do Controle do Câncer - IBCC

 

https://www.biosanas.com.br/especialidade-info/1/transplante-de-medula-ossea

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